domingo, 8 de junho de 2008

Prometeu

Abandonado nesta estrada erma, onde a desolante paisagem que me rodeia não permite olhar com esperança o futuro; vou calçando as botas que para mim são penduradas na decrépita árvore dos sonhos.
Sob os seus galhos frios e nus me sento, abrigado do escárnio que rodeia quem ousa sonhar e onde enlutado anseio a chegada de um desconhecido destino, fadado por ninfas e profetas.
De tudo vou encontrando nesta inerte espera, mas muito mais espero encontrar. Ainda é cedo para a chegada das Valquírias, antes ainda tenho muito para olhar no vítreo lago da consciência e aí enfrentar os meus demónios, libertar os esqueletos que escondo no armário do meu ser e acima de tudo, preparar-me para aceitar os monstros “Shelleyanos” que eu Victor criarei.
Na realidade sei que a sina nem sempre se encontra nas palmas resolutas das nossas mãos e que apenas podemos contar com botas que sabemos não serem nossas, mas que nos são atiradas como um qualquer osso.
Acordo perturbado para a ilusão de viver, onde gatinhei como pude, andei assim que os meus membros o permitiram e onde fui aguilhoado para que não venha a correr.
Todos somos responsáveis pelos nossos monstros, todos temos algo para esconder e somos reféns das nossas inseguranças.
Mas então o que é que nos distingue?
A aceitação, a libertação bem como a força para transformar em coragem os medos que nos dominam, mas para isso é necessário esperar, só, neste limbo existencial que separa o coração da alma, para assim encontrar um dia o equilíbrio entre os dois onde então seremos capazes de nos revermos no maior estado de pureza. Apenas aí seremos realmente senhores do nosso destino e prepararmo-nos condignamente para a inevitável viagem até Valhala…

1 comentário:

Unknown disse...

Pá!!! Isto assim não pode ser!!!
Cambada de imitadores...
Lá porque eu tenho um blog, agora já todos também têm que ter um?
Eheheheh, nada disso amigo, fico contente por saber que também aderiste aqui ao universo bloguístico, é muito interessante e agradável, vais gostar.
Em relação a este 1º texto, está muito bom, um bocado existencialista e metafísico, mas vindo de ti só podia ser.
Parabéns continua e já sabes que vais ter sempre um leitor e crítico atento, tal como espero que tu faças o mesmo em relação ao meu blog.
Grande abraço
Pipas