segunda-feira, 9 de junho de 2008

O jogo da glória

Teixeira de Pascoaes disse que “ cada homem é a medida do universo”, ora se todos provimos do pó e ao pó retornaremos, apenas se pode concluir que existam universos e universos e que o pó vale mais ou menos dependendo do universo de que é proveniente.
É bom e fica sempre bem vociferar demagogias e recitar ideais de igualdade fraternal mas só e apenas quando estas não transpõem a barreira que separa as poéticas e utópicas palavras do papel e a crua realidade.
Deixemo-nos de tretas, vamos abandonar o cinzento para encarar a realidade, essa sim universal, onde cada qual vale aquilo que os que o rodeiam julgam que vale, independentemente do valor detido por quem os julga.
Esta realidade nada mais é que um jogo de tabuleiro, onde consoante as pintas dos dados vamos avançando no tabuleiro da vida, tentando passar à frente das restantes peças na eterna busca do poder.
Agora eu pergunto: valerá a pena ostentar poder, negando que nos rodeia apenas porque alguém nos deu autonomia para isso?
Bem, um bully achará que sim e este mundo está repleto de bullies que adoram implicar e atormentar os meninos mais pequeninos e mais fracos que ordeiramente vivem a sua vida no recreio da escola. Na verdade e escondido dentro de uma aparência superior vive um cromo com um enorme complexo de inferioridade e que morre de medo de ser apanhado a experimentar os sapatos da mãe.
Afinal de contas é tão mais fácil intimidar desrespeitando quem nos rodeia do que ganhar o seu respeito. Respeito requer que se crie um relacionamento e todos sabemos como é difícil alimentar uma relação que exige tanto quanto dá. Em vez disso são como lombrigas que apenas sugam e em nada contribuem e ali estão, no seu poleiro intestinal sem perceberem de onde provem o fedor que os rodeia, constantemente cuspindo no prato onde comeram e continuarão a comer sem sequer pedir licença para se sentar.
Aconselho-vos a crescerem, desçam dos saltos altos da mamã e aprendam a respeitar para poderem um dia vir a ser respeitados e nunca exijam aquilo que não estão dispostos a dar.

1 comentário:

Unknown disse...

Onde é que eu assino??
Muito bom este texto, pegaste num grande problema da actualidade de uma maneira muito metafórica mas apesar disso directa, os bullies, deviam de sofrer na pele o que eles fazem aos outros, sei que isto parece politicamente incorrecto, mas nestas coisas sou assim, olho por olho dente por dente, para esses meninos(as) aprenderem o que é ser humilhado e martirizado, mas enfim...
Abraço
Pipas